Terremotos no Chile e no Haiti ocorreram por tipo distinto de movimento tectônico.

O terremoto no Chile e o que atingiu o Haiti em 12 de janeiro são causados por fenômenos geológicos diferentes, embora ambos façam parte do lento e sutil movimento de placas tectônicas, que é constante.

A crosta da Terra é constituída por cerca de uma dúzia de grandes placas tectônicas (ou litosféricas), delimitadas por grandes “falhas”. O movimento da camada mais externa da Terra, mesmo que sejam só poucos centímetros por ano, produz tensões que vão se acumulando em vários pontos.

Os terremotos são efeitos desse processo geológico de acúmulo lento e liberação rápida de tensões entre as placas, quando as rochas atingem o limite de resistência e ocorre uma ruptura. O tamanho da área de ruptura, grande ou pequeno, determina se o evento será um abalo quase imperceptível ou um terremoto. Quanto maior a área de ruptura, maior a violência das vibrações emitidas.

Cobertura completa sobre o terremoto no Chile:

Dependendo das características físicas das placas, do ângulo e da velocidade dos impactos, a trombada pode provocar o mergulho da placa mais densa sob a outra, o enrugamento e elevação das bordas das duas placas ou o deslizamento lateral entre ambas. A falha de San Andreas , na Califórnia, é desse tipo: as placas têm densidades semelhantes que colidem obliquamente.

Terremoto no Haiti


Terremoto no Chile




O terremoto no Chile foi um exemplo de mergulho de uma placa (a de Nazca, no Oceano Pacífico) para debaixo da outra (a Sul-Americana). O terremoto no Haiti foi um deslizamento lateral entre placas (a Caribenha e a Norte-Americana, em um fronteira conhecida como Zona de Falha Enriquillo-Plantain Garden).

Além disso, no caso do abalo no Chile, apesar de ter magnitude extrema (8,8), seu hipocentro foi no mar, a 35 km de profundidade. O do Haiti, com magnitude 7, foi a 10 km da superfície. Hipocentro é o ponto de ruptura inicial, também chamado de foco do tremor – ou onde início do terremoto “aconteceu mesmo”. Epicentro é a projeção do hipocentro na superfície.

Magnitude e intensidade :
Um terremoto como o do Chile, com magnitude 8,8, é bastante raro. Essa “raridade” significa que ocorre um desses por ano, em média. Para entender: a fim de comparar os tamanhos relativos dos terremotos, o sismólogo americano Charles F. Richter, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), formulou em 1935 uma progressão logarítmica com base na amplitude dos registros das ondas superficiais de choque captadas pelas estações sismológicas: cada ponto corresponde a 10 vezes a amplitude das vibrações do ponto anterior e a 30 vezes a energia liberada.

A “escala” Richter não tem limite inferior nem superior. Tremores tímidos podem ter magnitude negativa. O máximo depende só da natureza.Existe uma outra medida, diferente da Richter, que é a escala de intensidade dos efeitos do tremor, chamada Mercalli Modificada, sempre estimada.

A Richter indica precisamente a magnitude do terremoto. A MM estima a intensidade do evento.Ela classifica os efeitos que as ondas de choque provocam em um determinado lugar. É extraída de observação e relatos de vítimas, não de instrumentos. Portanto, está sujeita a subjetividades. Além disso, um tremor de alta magnitude no Japão, com edificações concebidas para resistir a terremotos, atinge pontos na escala Mercalli muito mais baixos do que em um país despreparado para enfrentar o fenômeno.

Terremotos com magnitude igual ou superior aos 7 graus na escala Richter, como o que atingiu o Haiti no dia 12 de janeiro, são mais comuns do que se pensa. De acordo com estimativa do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), 17 tremores de magnitude entre 7 e 7,9 ocorrem todos os anos no mundo. Acima disso, pelo menos um terremoto com magnitude de no mínimo 8 é registrado anualmente. Terremotos entre 6 e 6,9 são mais de 130 por ano.

Mailen Degoumois N° 11

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